A divisão dos campeões Rams deixa de ser “o grupo da morte” com a ida de Russell Wilson para Denver, que vai fazer da AFC West a nova arena com 4 times em condições de brigar entre si. Ainda assim tem muito talento para avaliar.
Quarterbacks
Sem Russell Wilson, os Seahawks estão “no sal”, entre Geno Smith e Drew Lock. Nenhum deles tem potencial de QB1 e ainda afeta os recebedores do time.
Kyler Murray renovou com os Cardinals assinando um contrato gigante e vai jogar muito feliz nos próximos anos, assim espero. O baixinho tem as pernas como arma e deve jogar bem para estar no top-12, porém com um começo difícil, sem DeAndre Hopkins, suspenso por seis jogos.
Matthew Stafford agora tem o respeito de um QB que venceu o Super Bowl e mostrou resultado, apesar de muitos erros, incluindo pick-sixes (sim, no plural). Só que ele é o QB de Cooper Kupp, o WR1 do ano passado e do draft deste ano, o que é indicativo da confiança no QB também. Um candidato a QB1 sobretudo pela projeção de vitórias do time e do perfil de ataque do time, voltado ao jogo aéreo.
Trey Lance deve finalmente jogar uma temporada inteira pelos 49ers e mostrar se três escolhas de primeira rodada são mesmo o seu valor. Para mim, óbvio que um QB não vale 3 picks de primeira rodada: isso só serve para aumentar a pressão sob o segundanista na prática; sendo assim, temos que ser realistas e prever como será Lance enquanto quarterback, o que não é nada de outro mundo.
Feita a introdução, o que a comunidade do fantasy espera é que ele seja (como foi em breves apresentações em 2021) um QB “dupla ameaça”, correndo com e passando a bola, o que o deixa em boa posição para ser top-12, como seu ADP de 10ª rodada indica. As armas que Lance possui, bem como seu treinador, Kyle Shanahan, o credenciam a ter o teto dos melhores de sua posição.
Running Backs
A divisão apresenta nomes questionáveis, que só começam a serem cogitados a partir da terceira rodada, casos de James Conner e Cam Akers, chegando à quinta (Elijah Mitchell), sétima (Ken Walker) e nona (Rashaad Penny).
James Conner já era muito bom sem Chase Edmonds, e deve manter o domínio do backfield. A dúvida é se ele vai anotar tantos TDs como no ano passado.
Cam Akers voltou no fim da última temporada regular sem a explosão característica, muito provavelmente por tão pouco tempo ter passado desde que sofreu uma lesão no tendão de Aquiles. A temporada 2022 deve trazer um Akers mais saudável, porém num time que desaprendeu a passar a bola para running backs. O corredor dos Rams está caro pensando nestas questões, e Darrell Henderson é um nome bom para pegar no último terço de draft.
Elijah Mitchell foi o workhorse dos 49ers ano passado. É difícil de acreditar por conta de como Kyle Shanahan não tem apego a running backs, e isso ficou um tanto oculto por conta do então calouro ter perdido jogos por lesão.
Seu preço está “baixo” por conta dos vários temores somados (lesões, comitê), e com razão, já que não podemos ter qualquer certeza de quem será o RB1 do time, que tem Trey Sermon (também segundanista), Tyrion Davis-Price (calouro de 3ª rodada), Jeff Wilson e quem for chegando, já que o backfield do Shanahan é coração de mãe.
Bob Condotta, beat reporter dos Seahawks, acredita que Rashaad Penny será o RB1 do time. O ADP neste mês de julho sugere que o calouro Ken Walker (draftado na 2ª rodada deste ano) é quem vai ter mais oportunidades saindo do backfield. Chris Carson é outro nome que, apesar de competente, tem problemas de saúde assim como Penny.
[28/07/2022] Chris Carson não passou nos testes físicos de Seattle e acabou se aposentando do football.
Eu pessoalmente acredito que investir uma 2ª rodada num RB calouro não parte do pressuposto de que um outro RB da casa, com histórico de lesões, vai ser o bellcow da equipe, assim Walker, com tal capital de draft, é parte importante do projeto de ataque de Seattle, fazendo com que tenhamos um comitê em vista. Com isso, o preço dos dois é justo, considerando a escassez de RBs, porém alto, se pensarmos no retorno de investimento, ainda mais de um time que deve sofrer muito na temporada.
Wide Receivers
Cooper Kupp foi o dono do fantasy em ligas PPR em 2021 e vai estar no top-5 de wide receivers outra vez: a conexão entre ele e Matthew Stafford é daquelas poucas que temos que assistir enquanto é possível. Nem mesmo a chegada de Allen Robinson ao time (que briga também pelo top-12, já que o time favorece wide receivers) deve diminuir muito o teto de Kupp.
Deebo Samuel foi notícia nesta offseason por se queixar do papel que teve em 2021 (um wide-back, ou seja, wide receiver com muitas carregadas), o que é prejudicial a ele, por diminuir seu valor perante a franquia e por expô-lo a mais lesões. Essa queixa deve diminuir seu teto, embora ele ainda seja um bom jogador recebendo passes.
Seu companheiro, Brandon Aiyuk, teve uma segunda metade de temporada muito boa, coincidindo com as semanas em que Deebo foi mais utilizado como “running back”. Se Deebo deixar de ser um elemento tão relevante no backfield, Aiyuk perde um pouco do apelo num ataque voltado às corridas, fazendo-o um recurso caro na oitava rodada, onde tem saído.
Por falar em oitava rodada, esse também é o ADP de Tyler Lockett, que perdeu mais valor que DK Metcalf nos Seahawks, cuja posição média está na quarta rodada. O custo-benefício de Lockett é bom, enquanto o de Metcalf não é tão seguro quanto o ideal.
Apesar da suspensão de seis partidas, DeAndre Hopkins ainda está alto no draft (7ª rodada), enquanto Marquise Brown é encontrado na 5ª. Com Kyler Murray, ambos são boas opções para WR2/3, embora Hollywood seja o que gosto mais por estar mais disponível de imediato, além de que Hopkins é uma opção mais interessante para quem estiver mais próximo dos playoffs.
Brown sai de um ataque terrestre para um aéreo, embora com menor volume total, já que, em Baltimore, ele e Mark Andrews dominaram os alvos da equipe, sobretudo em virtude das lesões dos running backs de lá. Em Arizona, existem mais alvos, porém também com melhor competição (Hopkins, Ertz, Rondale Moore, AJ Green). Hopkins completou 30 anos mas ainda tem lenha pra queimar, e é definitivamente um alvo preferencial de Kyler Murray no time.
Tight Ends
Na NFC West, temos dois nomes claros para buscar entre os tight ends: George Kittle só preocupa em relação à sua saúde, enquanto Zach Ertz não é um alvo 1 ou 2 claro do time depois da chegada de Marquise Brown.
Passados os dois craques, investir em Noah Fant e Tyler Higbee é entrar na loteria habitual da posição no fantasy, embora, entre eles, Fant me pareça o mais interessante por jogar num time de QBs questionáveis, que vão precisar de alvos grandes e fáceis, algo que Fant (fora Metcalf) é quem pode oferecer em Seattle. Para Higbee, a dependência de TDs é clara, tendo Kupp e ARob como alvos primários de Stafford.