Olá, amigos. Como vocês estão? Antes de mais nada gostaria de me apresentar. Meu nome é Júlio Nascimento, jornalista do Globo Esporte e locutor na rádio CBN, em Campinas. Mas, além das coberturas esportivas locais, o que eu mais passo tempo fazendo é: cometendo loucuras para me divertir jogando Fantasy Football.
O Brasil Fantasy Football faz parte deste processo. Me tornei assinante no BrFF em 2020 e, desde então, passei a acompanhar de perto todo o trabalho sensacional dessa galera. Nesta temporada, gostaria de colaborar com alguns pitacos e transmitir ideias projetadas também no Fantasy Podcaos, projeto entre amigos com objetivo de apresentar “hot takes”.
Se você é conservador, talvez fique mais irritado com algumas chamadas. Mas se você é do time das ousadias (e alegrias) para criar vantagens em suas ligas, junte-se a mim com algumas reflexões sobre o jogo dentro do jogo.
Poderia começar de forma tranquila, apontando sleepers ou apostas de breakouts, mas resolvi ir além para que vocês tivessem ideia sobre meu estilo agressivo de jogar.
Repito: a ideia é fomentar uma reflexão sobre valores – já ouviu a banda Inimigos da ADP? – e tentar criar caminhos para que vocês tenham vantagem em cima dos seus oponentes.
E se meu WR1 não fosse CeeDee Lamb ou Tyreek Hill?
Essa chamada ainda me causa muito desconforto, mas definitivamente tenho mais um nome inserido ao primeiro tier de WR em ligas FULL PPR.
Abrace o caos e se junte ao time de Amon-Ra St. Brown. O deus do sol mostrou um lado na série Receiver (alerta de spoiler) de uma mistura de Mamba Mentality com um egocêntrico de Cristiano Ronaldo em treinar, melhorar e ser o melhor.
Mas isso pode nos ajudar em Fantasy também…
Atualmente, Amon-Ra é meu WR3 (full ppr), logo atrás de CeeDee Lamb e Tyreek Hill. Me sinto mais confortável draftando a estrela do Detroit Lions entre a 1.4 e 1.6, mas não vou mentir que já o adicionei entre as três primeiras escolhas em redraft.
O ADP atual de St. Brown é 1.07, 1.08 ou até 1.09… Isso precisa ser corrigido.
Um momento para recapitular quem é o “deus do sol”.
Essa filosofia de vida em estar cada vez mais saudável, evoluir na forma física e melhorar marcas é um legado do pai John Brown. O bodybuilder foi Mr. Olympia – um dos principais concursos de fisiculturismo – duas vezes.
É possível deduzir que ARSB tomou isso como estilo de vida: trabalhar duro todos os dias para ser cada vez melhor. E essa filosofia refletiu em uma evolução gradual desde sua estreia na NFL.
No primeiro ano na liga, o WR registrou 90 recepções, 912 jardas e 5 TDs em 17 jogos. Esse número melhorou em 2022, quando conseguiu uma temporada de 106 recepções, 1.161 jardas e 6 TDs.
Já no ano passado ele estourou de maneira previsível, pegando 119 passes, acumulando 1.515 jardas e registrando 10 touchdowns. Mas tem um detalhe: ele jogou praticamente toda temporada no sacrifício após sofrer uma lesão oblíqua na semana 3.
“Ser o melhor a cada ano”
Quem acompanhou a série da Netflix percebeu que Amon-Ra enfatizou algumas vezes sobre sua pretensão de melhorar suas marcas em 2024.
Ele teve o 20º maior número de recepção dentro de uma só temporada na história da liga – o recorde é de Michael Thomas, com 149 recs em 2019, seguido de Cooper Kupp, com 145 em 2021. Curiosamente, ARSB ficou empatado na última temporada com a quantidade de recepções de Tyreek Hill.
O que me deixa confiante, além da expectativa de um melhor condicionamento físico, é que Amon-Ra se tornou elite como um corredor de rotas. Ele entrou na liga como um slot, mas não se limitou a esse papel. Ele está sempre aberto e, mesmo quando não a marcação o acompanha, ele ainda fica em boas condições.
Em 2023, o camisa 14 dos Lions registrou o segundo maior número de jardas após recepção (YAC): 668. CeeDee Lamb foi o líder com 680.
A gente sabe que ele é capaz de produzir e, por isso, Jared Goff criou uma química que pode alimentar ainda mais esse número. Goff tentou 605 passes na temporada passada – só Sam Howell, com 612, fez mais lançamentos.
Com esse ritmo, St. Brown teve média de 10.3 targets por jogo – o quarto maior número da liga em 2023 -, ficando atrás de Keenan Allen, Tyreek Hill e CeeDee Lamb. Ou seja: ele está nessa conversa.
E se o uso na endzone aumentar?
A grande chave para ARSB entrar na briga com CeeDee Lamb e Tyreek Hill é a tendência de um uso maior próximo a endzone. Queremos mais dancinhas sensacionais nas comemorações dos Lions. Matt Harmon destacou no Reception Perception que o wide receiver é um “superstar em ascensão” e melhorou gradativamente no sucess rate vs press coverage (52,2% em 2021, 68.8% em 2022 e 75.6% em 2023).
Taxas de sucesso contra cobertura e os dados por rota são importantes para decifrar o aumento dos papéis dos jogadores.
Amon-Ra teve 41,8% de primeira leitura do QB em redzone, só ficandoa trás de Adam Thielen (43.3%) e Davante Adams (46,8%). Não há dúvidas que ele é o alfa quando o assunto é passe neste time, mesmo com Sam Laporta ou um aumento na utilização de Jameson Williams.
Em 2023 foram 25 targets em redzone, com 17 recepções. O que falta agora é um uso constante ainda mais próximo das jardas finais – dê mais TDs a este homem Dan Campbell.
Se o número de endzone targets (5 em 2023) aumentar, o teto vai explodir. Já conhecemos o piso.
Ele jogou 19 partidas na temporada passada, sendo 16 na regular e 3 nos playoffs. Neste período ele só não passou de 70 jardas em três jogos. Ele não ultrapassou mais de 6 recepções só em três partidas.
E vamos contextualizar: algumas dessas partidas prejudicadas pelo lado físico.
Amon-Ra ultrapassou 100 jardas em 10 de 19 jogos.
Ele tem um QB que gosta de lançar, uma linha ofensiva ótima e um treinador que joga de maneira agressiva.
O líder em endzone targets foi Josh Reynolds, com oito alvos. Mas ele não está mais no time. O que prejudicou essa produção foi o trabalho na linha do gol, com a distribuição de oportunidades para David Montgomery (19), Gibbs) e Craig Reynolds (4).
Amon-Ra dá um limite diferente do que qualquer jogador. Existe um mundo onde ele expande sua utilização no playbook e salta para alvos de dois dígitos em endzone.
E possivelmente é o plano dos Lions. Vamos lembrar que Detroit deu um contrato de 120 milhões de dólares (R$ 617 milhões), ou seja, 30 milhões (R$ 154 milhões) por temporada até 2028.
Abrace o caos. Embarque com o DEUS DO SOL.