A temporada do fantasy já está iniciando para muitos de nós, e uma das partes mais empolgantes, ao menos para mim, é a busca pelos chamados sleepers — jogadores que com o potencial de se destacar e surpreender, e que, hoje, estão fora do radar de muitas pessoas. A classe de 2025 tem uma clara profundidade em algumas posições, como a de running back, por exemplo, e por isso, alguns nomes podem escapar, ou sair mais tarde nos drafts das ligas. Aqui vamos falar um pouco mais sobre algumas apostas que eu tenho para a próxima temporada.
Dillon Gabriel, QB, Cleveland Browns
(AP Photo/AJ Mast)
Aqui temos talvez uma das maiores incógnitas, por conta da situação em que se encontra. Gabriel chega na 3ª rodada do último Draft junto com Shedeur Sanders, para dividir vestiário com outros dois QBs: Kenny Pickett, atual campeão do Super Bowl e uma escolha de 1ª rodada em 2022; e o veteraníssimo Joe Flacco, que já teve sua passagem pelos Browns sob o comando do mesmo treinador, Kevin Stefanski.
Gabriel é um prospecto mais velho, que completa 25 anos durante a próxima temporada da NFL, mas que pode ser interpretado como um sinal positivo de experiência. Ao longo de sua carreira universitária, iniciada em UCF, passou também por Oklahoma e Oregon, se adaptando rapidamente a cada um dos sistemas de jogo.
Ele é considerado undersized para a posição, com apenas 1.80m, aproximadamente, o que dificulta a progressão no pocket. Com o passar do tempo, melhorou sua capacidade de leitura pré-snap, de lidar com a pressão e escapar do pocket. Executa bem jogadas de RPO, e apesar de não ter um braço extremamente forte, que dificulta jogadas em profundidade, tem uma boa precisão, o que ajuda os seus recebedores.
Um nome que muitas vezes tem passado pelos drafts das ligas sem sequer ser draftado, e que a possibilidade de assumir a titularidade em algum momento da temporada, se não ainda no training camp, é plausível.
Jordan James, RB, San Francisco 49ers

(Eddie Bruning/Emerald)
Os 49ers durante o Draft realizaram uma troca para subir e selecionar Jordan James. Frank Gore auxiliou no scout e tinha o jogador como top 5 da posição na classe.
Um jogador que teve seu breakout em 2024, em Oregon, com 1,267 jardas, 15 TDs e 0 fumbles, contando duas performances de 100 jardas ou mais contra a campeã nacional Ohio State e a rankeada Penn State.
Chegando na Bay Area, sob o ataque de Kyle Shanahan, e com um Christian McCaffrey (29 anos) ainda se recuperando de lesão, com a saída de Jordan Mason, sua única competição pela posição de backup é o menos que impressionante Isaac Guerendo.
Um running back que identifica rapidamente os espaços e encontra pequenas brechas na linha ofensiva, que possui a habilidade de quebrar tackles, e se adapta tanto a esquemas de bloqueio por zona quanto por gap. Possui explosão limitada e velocidade mediana, com dificuldades de aceleração após cruzar a linha de scrimmage e vencer os defensores mais rápidos em corridas laterais.
Caso CMC perca algum tempo, James pode ser uma opção sólida de RB2.
Tory Horton, WR, Seattle Seahawks

(© Cris Tiller / USA TODAY NETWORK via Imagn Images)
Uma escolha de 5ª rodada dos Seahawks, Horton vinha de duas temporadas seguidas de mais de 1100 jardas em Colorado State, mas uma lesão o tirou do radar durante o processo do Draft.
O corpo de recebedores de Seattle conta hoje com Jaxson Smith-Njigba, que vem de uma temporada de 1130 jardas e 6TDs, assumindo o lugar de WR1 da equipe, especialmente após a saída de DK Metcalf para Pittsburgh, e Cooper Kupp, que assinou durante a intertemporada. Ambos são considerados jogadores do slot, possuindo grande efetividade em jogadas mais curtas e intermediárias de passe. Horton chega para dar um ritmo diferente ao ataque, sendo uma ameaça em profundidade, porque apesar da altura, registrou a marca de 4.41s no tiro de 40 jardas do Combine.
Apesar de pouca massa, o que pode dificultar o embate contra defensores mais físicos, possui a marca de 16 tackles perdidos forçados durante o ano de 2023. Possui pés rápidos, e uma boa leitura para quando parar ou acelerar nas rotas, com agilidade para mudança de direção. A maior preocupação segue sendo o seu histórico de lesão.
Acredito que a depender do número de rodadas em sua liga, Horton pode ser uma aposta na frente de alguns RBs, ali no final da 3ª rodada, mas com certeza, no início da 4ª.
Gunnar Helm, TE, Tennessee Titans

(https://texaslonghorns.com/)
Dois nomes para a posição de TE eram unanimidade: Tyler Warren e Colston Loveland, que além de um draft capital alto, tiveram landing spots interessantes para o fantasy. Outros durante o Combine se destacaram, e durante o Draft tiveram uma valorização, como Elijah Arroyo, Mason Taylor, e Terrance Ferguson. Helm acabou por, ao colocar números horrendos por um problema no tornozelo, passar batido. Ele definitivamente não é o mais atlético, mas devemos desconsiderar o que foi visto.
Na sua última temporada do College, Helm teve uma produção interessante, sendo o terceiro em jardas após a recepção e sexto em tackles perdidos forçados. Ainda precisa melhorar como bloqueador, especialmente contra defensores mais físicos, possuindo também uma deficiência em criar a separação contra defensores mais rápidos. Mas como os números apontam, consegue avançar após o contato, e possui uma excelente envergadura, facilitando a recepção em zonas congestionadas.
Os Titans selecionaram Helm na 4ª rodada, para um ataque em reconstrução em torno do novo QB da equipe, Cam Ward. Com sua única competição pela posição de titular sendo Chig Okonkwo, que francamente, não é alguém para se preocupar, Helm pode se desenvolver para ser uma opção sólida, e possivelmente, top-15 da posição, caso tudo trilhe o caminho certo. Se tiver um espaço no Taxi Squad, adicione Helm no fim do draft das ligas, e aguarde, pode ser uma aposta a se pagar num prazo mais curto do que se imagina.