Buffalo Bills
Escolhas: James Cook (RB, 2.63), Khalil Shakir (WR, 5.148)
Impacto – O que mais atrai em relação a James Cook, o irmão mais novo de Dalvin, é o capital de draft investido nele. Depois de terem estudado e recebido visitas de vários running backs, os Bills optaram pelo prospecto de Georgia logo no segundo round, como terceiro jogador da posição a sair do board. Considerando que, na reta final da última temporada, a equipe não hesitou em dar uma boa carga de trabalho a Devin Singletary, corredor que, a exemplo de Cook, não tem um biotipo dos mais avantajados, é possível vislumbrar um número de oportunidades maior do que muitos imaginavam para quem chegava ao nível profissional com perspectivas de servir muito mais como um especialista no jogo aéreo — claramente seu melhor atributo e que faz sua cotação subir em ligas PPR — do que um RB de três descidas. Resta a ele superar a concorrência do próprio Singletary e não ter muitos touchdowns usurpados por Josh Allen em situações de goal line.
Shakir era uma dos sleepers preferidos deste que vos escreve, mas culminou por ter um capital de draft abaixo do esperado e por desembarcar em um corpo de recebedores numeroso. Difícil vislumbrar impacto imediato do slot receiver quando chega para competir por targets e snaps principalmente com o eficiente Jamison Crowder – veterano recém-chegado –, isso sem falar na estrela Stefon Diggs, no candidato a breakout Gabriel Davis, no novo TE top 10 Dawson Knox e, por que não, em Isaiah McKenzie e O.J. Howard.
New England Patriots
Escolhas: Tyquan Thornton (WR, 2.50), Pierre Strong (RB, 4.127), Bailey Zappe (QB, 4.137), Kevin Harris (RB, 6.183)
Impacto – Em mais um draft no mínimo curioso, Tio Bill e sua trupe fizeram escolhas consideradas “reaches” pela grande maioria dos analistas, quebrando 99,9% dos mocks no processo. Dito isso, o velocista Thornton chega com um capital de draft poderoso, mas dúvidas em relação a seu encaixe com o estilo de jogo de Mac Jones e se será capaz de quebrar o histórico recente de jogadores parecidos.
Strong é mais um exemplo de running back selecionado em uma situação que teoricamente não haveria necessidade. Assim como aconteceu com Damien Harris, deve exigir paciência de quem optar por tê-lo num elenco dynasty, mas tem chances reais de assumir protagonismo como early down back (a posição de pass catcher segue, no curto prazo, garantida a James White) em um ou dois anos se vencer concorrência com Rhamondre Stevenson ou esperar ainda mais tempo pela vez do segundanista, sendo, ainda, claro indicativo de que a equipe não deve renovar com o próprio Harris em último ano de contrato.
Zappe, apesar de selecionado antes de Sam Howell, por exemplo, tem toda a pinta de um eterno, porém sólido backup ao longo de sua trajetória profissional, enquanto Harris – mais um RB – possivelmente chega para servir aos times especiais – unidade sempre muito valorizada pela franquia da Nova Inglaterra.
Miami Dolphins
Escolhas: Erik Ezukanma (WR, 4.125), Skylar Thompson (QB, 7.247)
Impacto – Nada muito relevante por aqui: Ezukanma chega apenas para complementar um corpo de recebedores que já conta com a velocidade e pedigree acima da média de Tyreek Hill e Jaylen Waddle, além de Mike Gesicki e Cedric Wilson, enquanto Thompson é simplesmente um tiro no escuro de sétima rodada num QB room que possui Tua Tagovailoa e Teddy Bridgewater.
New York Jets
Escolhas: Garret Wilson (WR, 1.10), Breece Hall (RB, 2.36), Jeremy Ruckert (TE, 3.101)
Impacto – Focado em fazer Zach Wilson desabrochar, os Jets draftaram dois dos principais prospectos ofensivos da classe – e para o fantasy.
Ao contrário da maioria dos meus amigos de redação, este redator considerou o destino de Wilson um dos piores possíveis para que mantivesse o status de WR top 3 pré-draft. Isto porque, enquanto muitos de seus colegas caíram em situações bastante favoráveis, o ex-camisa 5 de Ohio State chega num ataque que, pelo menos hoje, não anota muitos pontos no placar e no nosso jogo dentro do jogo e para concorrer com outro recebedor jovem e extremamente talentoso – Elijah Moore –, o qual é plenamente capaz de “vencer a disputa” pelo status de principal alvo da equipe. Isso sem nos esquecermos de Braxton Berrios, Corey Davis e seu vultoso salário, além dos TEs e RBs com utilização considerável no jogo aéreo. De qualquer forma, o capital de draft e capacidade técnica de Wilson o garantem como escolha de primeira rodada em rookie drafts – só não sei se com o upside necessário para sair na primeira metade.
Por sua vez, o RB1 da classe, Breece Hall, apesar da decepção de muitos que o queriam ver em destinos talvez mais atrativos, segue com essa classificação e deve ser a primeira escolha geral na imensa maioria dos drafts de calouros. Fazendo desabar o valor de Michael Carter, Hall chega com um capital de draft precioso após um trade up de seu novo time rumo ao topo da segunda rodada. Ainda que Carter possa, sim, aparecer em alguns snaps, principalmente em situações de passe, o ex-camisa 28 de Iowa State deve comandar o backfield e ter garantido considerável volume de toques na bola, inclusive no jogo aéreo. Pense em algo como Joe Mixon e Gio Bernard nos primeiros anos daquele em Cincinnati.
O atlético Ruckert desembarca na equipe pela qual torcia desde a infância, mas em uma situação na qual concorre com dois veteranos recém-chegados – C.J. Uzomah e Tyler Conklin – e com pouquíssimas perspectivas de relevância estatística, já que suas principais qualidades estão concentradas no bloqueio, e não na capacidade de receber passes.