E cá estamos novamente para olhar para trás e ver como os times estão se organizando (observações da semana 1 aqui). Enquanto é importante olhar para a primeira semana com muitas ressalvas, duas semanas já nos dá um melhor panorama do que podemos esperar até pelo menos o meio da temporada – um dos grandes fatores que altera as tendências de jogo de uma equipe é, (talvez) surpreendentemente, o clima – e pode te ajudar a entrar nos playoffs, se identificar o alvo certo, na hora certa. Portanto, sem mais delongas, vamos lá:
1 – Vou começar pelo que me dói mais: Kyle Pitts foi, novamente, uma grande decepção. Não só houve um grande declínio em seu target share (25% na primeira semana e apenas 15% nesta segunda), como ele também se mostrou pouco efetivo com seus 3 targets. Este jogo da semana 3, contra o inefetivo Seahawks, pode ser a sua redenção, porém o alerta está ligado não só pelo fato do Drake London ter ido muito bem e parecer ter química com o Mariota. Adicione aí também o estilo de jogo do Falcons ter mudado do ano passado pra cá, saindo de uma estrutura de 2 tight ends para apenas 1, o que força o Pitts a ser mais propenso a bloquear e podemos acabar por ter uma das grandes decepções da temporada.
2 – Dois nomes que foram muito bem na semana passada, mas que simplesmente desapareceram nesta segunda semana: Donovan People-Jones (Browns) e Kyle Philips (Titans). Como eu havia dito na semana passada, ambos são nomes que eu confio para esta temporada como um todo, mas o que apresentaram nesta segunda semana está longe do ideal. People-Jones ainda esteve presente na maioria dos snaps (78%), mas a falta de targets foi uma surpresa, enquanto que o Kyle Philips veio para o jogo baleado, por conta de uma lesão no ombro sofrida no jogo contra o Giants. Vale monitorar.
3 – Allen Robinson (Rams) teve um ótimo final de semana, com 53 jardas e 1 TD, porém preocupa ainda o baixo valor de target share (14%) pra um jogador que fica em campo praticamente o tempo todo (92% dos snaps). Este tipo de alta efetividade tende a ser bastante volátil, criando o famoso boom-or-bust. De qualquer forma, ainda confio em melhores e mais estáveis dias para ele.
4 – Sterling Shepard (Giants) é sorrateiramente um WR1 que provavelmente você consiga pegar em uma trade (ou até mesmo na waiver), sem ter que pagar demais por ele. Apesar do nome não ser muito sexy, é o lider em target shares da equipe (25% até o momento) e volume é tão importante quanto jogadas explosivas pro Fantasy. Enquanto os holofotes estiverem no Barkley (que foi mal na segunda semana, inclusive), aproveite para abocanhar ao redor deste ataque que parece engrenado.
5 – Mark Andrews não vai a lugar algum (nem deveria), porém fiquem de olho na ascensão do outro tight end, Isaiah Likely. Apesar da pouca participação (média de 40% dos snaps somente), o time do Ravens demonstra que, quando em campo, ele vai ser utilizado. 9 targets em duas semanas, para um jogador de rotação, é algo que salta aos olhos.
6 – Ainda há uma série de dúvidas sobre a efetividade do ataque do Patriots, mas podemos cravar que, se é pra ter alguém deste time, este alguém é Jakobi Meyers: 30% de target share até o momento, 80%+ de snaps e uma produção sólida de mais de 10 pontos por rodada. Em ligas grandes (ou times com rosters expandidos), é um grande diferencial.
7 – Mitchell Trubisky é um desastre ambulante. Depois de pouco produzir na primeira semana, conseguiu ser ainda pior na segunda e agora apresenta baixíssimos 5.1 jardas por tentativa. A título de comparação, Cooper Rush, QB reserva do Cowboys, teve 7.6 jardas por tentativa em seu primeiro jogo como titular. Os gritos de “Pickett! Pickett! Pickett!” só vão aumentar lá em Pittsburgh.
8 – Breece Hall e Michael Carter continuam dividindo o backfield do Jets e parece que vamos ter uma certa dor de cabeça aqui, apesar de ser o Carter quem mais esteve em campo (60% dos snaps). Ambos são talentosos e podem trazer pontos para seu time, mas nenhum deles tem o status de RB1 enquanto o outro estiver saudável também.
9 – Chris Olave está aos poucos se acomodando no Saints: 34% de target share, 13 targets e 334 jardas aéreas totais (tentativas e recepções). Facilmente o WR2 deste time, sobrepondo-se ao Landry e vai, ao menos pra mim, rivalizar com o Michael Thomas para liderar esse time em jardas.
10 – Joe Burrow já levou TREZE sacks nesta temporada. Não só isto é preocupante para a sua saúde na temporada, como também limita demais o que este ataque pode oferecer – um grupo com Higgins, Chase, Hurst e Boyd produzir somente 199 jardas aéreas é totalmente inesperado. Se os técnicos não fizerem nada (inclusive o Bengals é o único time com dois treinadores de OL), a temporada do time vai acabar já na semana 5.
E aí, alguma outra surpresa muito grande ou uma tendência que vocês estão percebendo? Mandem lá no Twitter: @GabsMafra!