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Prestação de Contas: Notas de Rodapé para o Draft 2022

2022 repetiu 2021 como um dos meus piores anos de fantasy, mas ao menos consegui chegar em alguns playoffs, o que me deixou um pouco mais animado, mas minha maior vitória na temporada foi mesmo a chegada de Maria Teresa aqui em casa, o que me deixou muito afastado do dia-a-dia do fantasy.

Ainda assim deixei coisas feitas no pré-draft que vou prestar contas, a começar por o que escrevi nas Notas de Rodapé. Então pegue a pipoca e vamos dar umas risadas.

Quarterbacks

“Estou baixo no Patrick Mahomes e mais ainda no Joe Burrow.”

Provavelmente esta será a minha principal lição no fantasy na temporada: não subestime QBs de elite. Quem se resolve no braço pontua muito e trabalha bem com qualquer recebedor decente.

Em 2022 me convenci de que o teto de um QB no fantasy é o jogo aéreo e não o corrido (contrariando minha própria afirmação no artigo original): Justin Fields fez jogos incríveis este ano com as pernas, mas não foi confiável porque seu jogo de passes não gerou resultados igualmente satisfatórios. Enquanto isso, os “imóveis” Mahomes e Burrow pintaram a minha cara de palhaço e jogaram bem demais na temporada apesar de toda a minha desconfiança com as OLs e com a saída de Tyreek Hill de Kansas City.

Fugi da minha própria regra de abraçar QBs que vencem jogos (cuja correlação é boa com pontuação alta em fantasy) por acreditar que Chiefs e Bengals não venceriam tantos jogos quanto em 2021 e isso marca outra lição importante, a de jogar com as probabilidades: se um time está bem cotado para vencer muitos jogos e chegar aos playoffs, seu QB muito provavelmente será um dos melhores no fantasy.

“Em tempos de konami codes, não dá mais pra ser ‘late-round QB’.”

Os melhores QBs de 2022, com exceção de Jalen Hurts, saíram cedo: Mahomes, Josh Allen e Burrow estavam entre os primeiros rounds de muitos drafts, enquanto Hurts caía pela desconfiança do seu braço, que se provou muito errada com a vinda de AJ Brown.

Outros quarterbacks que saíram cedo, como Justin Herbert e Kyler Murray, sofreram com lesões (suas ou de recebedores) e acabaram por decepcionar aqueles que pagaram caro pelo seu passe.

Lamar Jackson foi outro que se lesionou mais tarde, mas que já vinha atuando mal pelos Ravens depois de duas semanas avassaladoras no começo da temporada. Outro caso de piso alto e teto baixo que tirou de mim muitos playoffs (e potenciais títulos) por ter confiado bastante no camisa 8 de Baltimore.

Running Backs

“Pra mim, é CMC ou nada na 1.01.”

Jonathan Taylor era o meu RB2 em todos os formatos, enquanto Derrick Henry era o líder em standard e CMC em PPR. Feita esta introdução, de fato Christian McCaffrey, quando livre de lesões, é O CARA. Certo é que ele não foi o #1 em qualquer dos formatos, mas foi o #2 em todos, pagando seu investimento para quem não teve medo.

Obviamente Taylor se machucou e perdeu boa parte da temporada, mas mesmo assim foi apenas o RB18 em pontos por jogo, muito por culpa da bagunça em Indianapolis.

Enquanto estiver saudável, CMC será, no mínimo, o segundo jogador mais importante do ataque.

“Javonte Williams RB20?”

Foi uma lástima perder Javonte tão cedo na temporada depois de um começo muito promissor e com grande participação no jogo aéreo. Sendo assim, o que nos resta é avaliar o backfield do Denver Broncos como um todo este ano e descobrir se o RB1 em cada semana foi melhor que um RB20 ou não. E, desde a semana 5, primeira sem Javonte, a posição média do melhor RB dos Broncos semanalmente foi 19.4, praticamente aquilo que estipulei para o segundanista de Denver.

“Ronald Jones > Clyde Edwards-Helaire.”

Nada é tão ruim que não possa piorar.

Em primeiro lugar, que loucura a minha tentar dizer que RB vai ser bom com Andy Reid depois de Jamaal Charles. Em segundo lugar, Ronald Jones só viu o campo quando o time não queria gastar os que mais considera (CEH, que se machucou e perdeu muitos jogos; Jerick McKinnon, que pegou muitos passes e TDs, e Isiah Pacheco, que caiu nas graças do time ao mostrar ser um bom corredor).

Dito isto, o jogo corrido de KC não é confiável enquanto Mahomes e Reid forem as cabeças (e braços) a fazer o ataque rodar. E eu nunca mais vou draftar Ronald Jones (e algum dos outros RBs dos Chiefs se o custo for muito atrativo).

Acompanhe toda a retrospectiva!

Wide Receivers

“Courtland Sutton é WR1 pra mim.”

Sutton não só não foi WR1 como foi bem decepcionante. Claro que Nathaniel Hackett ajudou em quase nada a fazê-lo ser o principal recebedor de Denver, mas até Jerry Jeudy foi melhor, dentro das possibilidades. Quando foi o principal pontuador do time, Sutton foi em média o WR21 da semana, e Jeudy o WR17. Errei e não vejo mais o Sutton com alguma chance de aparecer no top 12 de alguma temporada futura.

“Estou pronto para o declínio de Keenan Allen.”

Essa foi engraçada: além de Mike Williams voltar ao tempo do chinelinho com suas lesões recorrentes, Keenan Allen teve um final de temporada excelente para quem o tinha em seus times, ajudando a ganhar algumas ligas por aí. Claro que ele não fechou a temporada com 200+ pontos (foram 164), mas não dá pra reclamar tanto, considerando que eu esperava Williams assumir o comando dos alvos com propriedade.

“Brincar com calouro tem hora?”

Chris Olave e Garrett Wilson se destacaram em 2022 e já são os principais nomes de seus times no jogo aéreo para 2023. Para Drake London, Jahan Dotson e Treylon Burks, serão necessárias mudanças de comando e QBs para ver seus talentos serem melhor aproveitados.

“O que fazer com Gabriel Davis?”

Davis foi essencialmente o WR2 do time e, apesar de ter tido algumas ótimas atuações, não foi confiável para ligas redraft comuns, mas funcionou em best ball. Ele foi o WR35 na temporada, decepcionando (mas nem tanto) a maioria dos ranqueadores e analistas que cogitaram Gabe como alguém capaz de mostrar consistentemente um pouco do que fez contra os Chiefs nos playoffs do ano passado. Creio que este patamar de WR3 em temporada vai se manter, com algumas semanas de grandes atuações e sendo um sell high em setembro/outubro.

Tight Ends

“Se você se garante, pegue um tight end cedo.”

E só Travis Kelce realmente foi rentável! A diferença dele para os demais foi brutal, e ninguém mostrou a consistência que ele teve. Assim não resta muito a não ser pegar Kelce ou fazer stream.

“David Njoku é o principal candidato a breakout esse ano.”

Mais uma vez as lesões atrapalham a vida dos jogadores e a nossa de managers: Njoku perdeu jogos e ainda foi o TE11 (uma posição abaixo do que previ!) na temporada. 2023 promete mais.

“Pat Freiermuth é uma farsa?”

Não, ele não é uma farsa. Pat foi top 10 (#7) de novo numa posição difícil de ver gente confiável e ele deve se manter assim na próxima temporada. Baller.

Com mais tantos aprendizados desse ano que passou, o processo de rankings e projeções só tem como melhorar. Continue nos acompanhando aqui que tem mais prestação de contas a fazer da última temporada em que eu e vocês vamos tirar lições juntos. Grande abraço!

Por Rui Maurício

Editor-chefe, autor de "IDP em Detalhes", co-fundador do BrFF e entusiasta de analytics.

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