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Análise

O Povo vs Kyle Pitts

Kyle Pitts é um dos nomes mais controversos, debatidos e dissecados no fantasy football desde antes da sua carreira profissional. Mas o que podemos dizer de concreto sobre o “Unicórnio de Schrödinger”?

Metodologia

  • Dados do pro-football reference de 2012 a 2023.
  • Jogos de temporada regular.
  • Jogadores qualificados: tight ends com 14+ alvos numa temporada, que começaram a carreira a partir de 2012.

Ambiente

  • Kyle Pitts foi o primeiro de três escolhas seguidas de primeira rodada dos Falcons (Drake London, WR; Bijan Robinson, RB) sob o comando de Arthur Smith, agora ex-head coach da equipe. Pitts foi a quarta escolha-geral de 2021.
  • O talento saído da Universidade da Flórida era até então um unicórnio, capaz de brilhar na posição de tight end como poucos.
  • Pitts começou a carreira com um passador experiente e pistoleiro (Matt Ryan), depois teve como QBs Marcus Mariota e Desmond Ridder.
  • Raheem Morris será o novo HC do time em 2024 e trouxe Zac Robinson (ex-passing game dos Rams) para ser o coordenador ofensivo.

A Classe de 2021

  • Só Pat Freiermuth é digno de comparação quando falamos de resultados entre os tight ends selecionados em 2021, e a trajetória de ambos no quesito pontos por jogo é similar, com a diferença de que Pitts teve um ano de calouro acima (10,3 contra 9,36 ppg).

Calouro vs Dois Anos Seguintes

  • Antes da classe de 2023, Pitts tinha poucos companheiros com um começo mais forte na posição: somente Evan Engram e Jordan Reed detinham começo de carreira mais impactante. Pitts perdeu nos anos pós-calouro até aqui, com apenas 7,89 ppg, contra 12,2 e 13,55 de Engram e Reed respectivamente.

Capital de Draft

  • Os dados dessa pesquisa contemplam nove tight ends selecionados na primeira rodada até 2022, e Pitts, embora o segundo melhor calouro em ppg, é o penúltimo em pontos nas duas temporadas seguintes (à frente apenas de Hayden Hurst).
    • Os 7,89 ppg de Pitts nos anos 2-3, porém, ainda o colocam no percentil 78,9 (de 100).
    • Hurst e Pitts são os dois únicos jogadores de primeira rodada que não estão nos 20% melhores ppgs de anos 2-3 (percentil 80+)*.
    • Curiosamente, os dois jogadores foram companheiros de time em 2021.

Discussão

  • Pitts, embora tenha perdido volume absoluto, se manteve relevante como um dos alvos principais de Atlanta (target share médio aumentou de 20,3% para 21,6% depois do ano de calouro).
  • Os TDs até começaram a vir, mas numa frequência insuficiente para fazê-lo atingir seu potencial como atleta.
  • A mudança de comando (com destaque para Zac Robinson, com experiência junto a Sean McVay) deve mudar a filosofia do ataque para um estilo mais passador, que pode trazer os números de Pitts de volta a 2021.
  • Outra mudança importante que se faz necessária para Pitts voltar a ganhar tração é um quarterback melhor que Desmond Ridder, e Atlanta terá, pela terceira vez seguida, a oitava escolha-geral, que pode ser envolvida num trade up por um dos principais QBs prospectos. E não seria surpresa a nova direção ir atrás disso.
  • * Esse detalhe é especialmente importante para demonstrar que Pitts tem empregabilidade no longo prazo, portanto há tempo para desenvolvimento.

Conclusões

  • Existe um mundo em que Kyle Pitts é um tight end top-5, mas o cenário ideal ainda precisa se desenhar para isso, e isso está acontecendo nos bastidores. A ver como será o draft dos Falcons para concretizar os rumos que a franquia vai tomar e o impacto disso em nosso protagonista.
  • Se Pitts foi um dos melhores calouros marcando apenas um TD, imagine quando o ataque de Atlanta olhar para ele na endzone?

Por Rui Maurício

Editor-chefe, autor de "IDP em Detalhes", co-fundador do BrFF e entusiasta de analytics.

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