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Caleb Williams e JJ McCarthy: Os Coadjuvantes Fazem O Ator Principal?

Uma das discussões mais interessantes pós-draft é sobre landing spots e quais situações são mais ou menos desfavoráveis para um jogador calouro no fantasy. Para QBs, isso é particularmente especial, posto que muitos são draftados cedo e vão parar em circunstâncias, digamos, adversas. Mas este ano dois rookies “caíram pra cima”, como se dizia no filme Tropa de Elite: Caleb Williams e JJ McCarthy vão brilhar desde o ano 1 de suas respectivas carreiras?

Estrear na NFL com múltiplos recebedores qualificados é uma situação tão rara que a amostra é pequena pra dizermos se ter tantos recebedores prolíficos de partida é de fato algo que impulsiona um QB calouro para fantasy. Os poucos exemplos de calouros que herdaram múltiplos recebedores de boa produção no ano anterior (top 30 WR, top 15 TE) são:

  • Case  Keenum, Texans, 2013. Ele teve Andre Johnson (WR5 em PPG em 2012) e Owen Daniels (TE9) mas foi apenas o 28º em pontos por jogo entre QBs daquele ano.
  • Carson Wentz, Eagles, 2016. Jordan Matthews havia sido o WR25 no ano anterior e Zach Ertz o TE10, no entanto Wentz ficou em 30º.
  • Daniel Jones, Giants, 2019. Apesar de ter Odell Beckham e Evan Engram ambos como sétimos melhores em suas respectivas posições em 2018, Jones ficou em 17º entre QBs.
  • Justin Herbert, Chargers, 2020. Keenan Allen (WR8 em 2019) e Hunter Henry (TE8) elevaram Herbert ao posto de QB10 de uma das melhores estreias de um QB calouro já vistas.
  • Jake Browning, Bengals, 2023. Ja’Marr Chase havia sido o WR3 em PPG em 2022 e Tee Higgins o WR20. Claro que estamos falando de um QB que herdou os Bengals, que perderam Joe Burrow por lesão.

Este ano temos dois grandes exemplos de calouros que chegam à NFL com um corpo de recebedores prontos para fazê-los brilhar:

  • Caleb Williams, Bears. Keenan Allen (que já serviu a outro calouro como dito acima), D.J. Moore e Rome Odunze, um WR de primeira rodada escolhido junto a Caleb, é talvez a melhor configuração que um QB calouro já viu em seu começo de carreira.
  • JJ McCarthy, Vikings. Justin Jefferson, Jordan Addison e TJ Hockenson provavelmente darão a McCarthy muitos passes seguros ao longo das próximas temporadas.

O que esperar desses calouros?

Ser um grande prospecto não necessariamente se traduz em grande profissional (vide Trevor Lawrence), mas Caleb Williams entra num Chicago Bears renovado, oxigenado, bem mais disposto a vê-lo prosperar, atitude que não vimos com Justin Fields. Dito isso, há um caminho para que Williams brigue tranquilamente pelo top 20 e tente estar entre os 12 melhores, mas para isso é necessário que ele produza excepcionalmente pelo ar ou roube TDs corridos nas descidas and goal.

JJ McCarthy foi “apenas” o quinto QB a sair no draft de 2024, mas ainda assim num respeitoso top-10 do recrutamento, bem como caiu num sistema que pode aproveitá-lo em situações mais cômodas que o comum para calouros (desde que o jogo corrido também funcione, por isso a contratação de Aaron Jones é bastante positiva). Assim como Caleb, JJ tem espaço no top-20 do fantasy; para almejar o top-12 (e isso vale também para Caleb), o time precisa vencer jogos e dar a JJ McCarthy (bem como ele ao time) condições para chegar a essas vitórias.

Conclusão

CJ Stroud em 2023 é um feito raríssimo de QB que chega à liga como top-12 no fantasy e ainda produz TRÊS recebedores prolíficos que não o haviam sido pelo mesmo time no ano anterior ou que também são calouros (Schultz TE11 PPG, Nico Collins WR7, Tank Dell WR18). Portanto temos de conter expectativas quando o assunto são os novos QBs da NFL.