Quem move as correntes conta a história

Todo mundo sabe (ou deveria saber) que o volume é a lei no fantasy. Mas outro aspecto me chama a atenção nas análises de estatísticas da NFL: os first downs, ou seja, as vezes em que um jogador renova as descidas do time e mantém o ataque em campo. E, para minha surpresa, esta é uma estatística preditiva de sucesso no fantasy. Assim, vamos mergulhar nos dados e aproveitar para discutir as primeiras três semanas de fantasy sob essa ótica. Metodologia Pontuação: PPR. O artigo se baseia na correlação de Pearson entre first downs (corridos + recebidos) e pontuação fantasy. Não é tão óbvio quanto parece mas a ligação entre renovações de descida e pontuação fantasy é muito alta:QB: 84%RB: 87%TE: 88%WR: 91% Com isso, quem move as correntes conta a história, logo tem mais chances de marcar mais pontos pra você. Quarterbacks Lamar Jackson, Josh Allen e Jalen Hurts fora da curva. Não tem muito o que dizer: o trio está jogando demais, os ataques estão clicando e eles ainda correm com a bola, trazendo um teto que só os verdadeiros konami code oferecem. Matt Ryan não consegue produzir e fazer o ataque de Indy render conforme os avanços. Eu acreditei em Ryan como um possível top-15 este ano, mas não tenho mais certeza, ainda mais com nomes como Tua Tagovailoa e Trevor Lawrence atuando bem melhor. Se os adversários não temerem o braço do veterano QB, todo o ataque fica prejudicado, e isso pode impactar Jonathan Taylor (limitado a um piso alto) e Michael Pittman, principais skill players da franquia. Stafford segue a mesma linha nos Rams e não podemos mais contar com ele como escalação certa semanalmente. Running Backs Saquon e Chubb começaram a temporada explodindo. Dois dos melhores corredores da liga mostraram que são importantes demais em suas equipes. Com isso ambos estão entre os líderes na posição e, melhor ainda, produzindo big plays. Cordarelle Patterson deve manter um piso alto este ano. O atual líder em first downs, mesmo com a ascensão de Kyle Pitts e Drake London, mal tem competição no backfield (Tyler Allgeier está mais para outro Javian Hawkins mesmo), o que lhe dá muitas oportunidades. Resta saber o quanto o time é capaz de se manter vivo na partida, como tem feito em todas até aqui. Dalvin Cook e James Conner são buy low? Bem, se possível, sempre devemos comprar um jogador BOM na baixa, afinal jogador ruim não importa o preço, nós não queremos. Cook e Conner são os respectivos movedores de correntes de seus respectivos times (à parte dos QBs), porém eles não estão dominando em jardas e TDs como o esperado para o investimento, principalmente Cook, que também se lesionou, mas não deve perder muito tempo. A importância de ambos não deve ser subestimada para o resto da temporada, assim se você encontrar a chance de comprá-los por um bom valor, não hesite. Wide Receivers A eficiência de Stefon Diggs assusta, mas quem quer vender? Diggs está jogando relativamente menos snaps que outros alphas da liga e, ainda assim, produzindo um caminhão de pontos, isso porque seu acionamento é muito alto, ou seja, ele é a bola de confiança de Josh Allen, e se você confia no QB, vai confiar no principal recebedor. Ja'Marr Chase pode não pontuar como em 2021, mas deve ter outra ótima temporada, apesar da inconsistência. A linha ofensiva dos Bengals parece pior que no ano passado, apesar dos investimentos. Ainda assim temos que 1) ter paciência com esse conjunto que só tem a offseason de experiência juntos e 2) respeitar o talento de LSU, que vai nos dar um piso muito alto, disso não tenho dúvida, embora o teto seja muito volátil (mas isso está no contrato que assinamos no draft). Será que Amon-Ra St. Brown e Christian Kirk sustentam o excelente começo? Acredito que os Jaguars são pra valer na parceira Pederson-Lawrence, que gerou bons frutos desde cedo, então vejo Kirk (minha maior chacota na offseason por ter resetado o mercado da posição) como um excelente valor daqui pra frente. O "Deus-Sol" St. Brown joga nos Lions, time aguerrido como no ano passado e que deve oferecer scripts negativos o suficiente para o segundanista ir muito bem em PPR, ainda mais sem o calouro Jameson Williams no estaleiro. Tight Ends Travis Kelce e Mark Andrews são covardia: compro na alta mesmo. Se você draftou um dos dois, não tem de que reclamar, e não tem surpresa: talvez para aqueles que temiam o desempenho de Mark Andrews com Lamar Jackson. O resto da posição é o famoso "balaio de gato". David Njoku chegou para a festa depois de ser um dos destaques do ataque dos Browns contra os Steelers. Temos que ver mais um jogo dele para saber se esse é mesmo o plano do time pra ele. Tyler Conklin foi mais efetivo do que importante para manter o ataque dos Jets em campo, o que pode indicar um declínio de produção ao longo das próximas rodadas. A novela Kyle Pitts. Depois que o head coach Arthur Smith retrucou aqueles que pediam por mais participação do tight end no ataque dos Falcons, as críticas aparentemente surtiram efeito e Pitts despontou, convertendo cinco primeiras descidas, mais do que nas duas primeiras semanas (apenas duas), o que refletiu em sua produção. A expectativa agora é que essa seja a tendência.

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Quarterbacks

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Por Rui Maurício

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