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Vencedores E Perdedores Após As Primeiras Movimentações Da FA

Mudanças de endereço de determinados jogadores significam mudanças de valores para o fantasy football. Não só para quem deixa a ex-equipe, mas também para quem viu peças se alterando à sua volta.

Março chegou e passou e muita coisa aconteceu desde que os agentes livres da NFL foram liberados para negociar seus novos contratos. Além disso, importantes trocas foram feitas. Se os torcedores das 32 franquias da liga profissional já projetam o futuro de suas equipes depois das saídas e chegadas aos elencos, circunstância que ainda será bastante afetada pelo draft no final de abril, aos praticantes de fantasy football já é possível listar alguns jogadores que ganharam ou perderam valor no game em decorrência das movimentações confirmadas até agora.

VENCEDORES

QB Jalen Hurts (PHI)

A ida de Carson Wentz para Indianapolis e o fato de os Eagles terem renunciado à escolha de número 6 do draft na troca com os Dolphins – após estes mesmos terem trocado a pick 3 com os Niners – praticamente sedimentou a titularidade do segundanista Jalen Hurts para 2021.

Considerando que o agora camisa 1 dos Eagles possui facilidade em somar jardas terrestres, circunstância importantíssima para garantir um bom floor de pontuação no fantasy, e que, nas três semanas em que atuou como titular durante todo a partida em 2020, apresentou uma média de 25.89 pontos no fantasy, sendo o terceiro melhor da posição em tal período, não me assustaria em vê-lo, ao final da temporada de 2021, como um dos dez melhores QBs no game.

Isto tudo apesar do provável insucesso da franquia de Philly, que, dentre outras coisas, possui uma carência urgente de armas no jogo aéreo, a qual deve, contudo, ser endereçada no draft que se aproxima, possivelmente já no primeiro round, o que também contribuiria para as perspectivas de Hurts no fantasy.

RB James Robinson (JAX)

Muito se especulava sobre a possibilidade de os Jaguars adicionarem uma concorrência forte para o RB7 em pontos totais no fantasy em 2020 (tanto PPR, quanto non-PPR), muito em razão do imenso volume de carregadas, alvos e passes recebidos que teve na última temporada, na qual surgiu como uma importante peça do ataque após ter assinado com a franquia de Jacksonville como undrafted free agent. Porém, o que aconteceu foi a contratação de Carlos Hyde, um veterano que, em sete anos na liga, já passou por seis equipes diferentes, chegando agora para sua segunda passagem no time da Flórida.

Depois de um desempenho respeitoso como reserva imediato de Chris Carson em Seattle, certamente Hyde diminuirá o número de touches de Robinson por jogo, garantindo-lhe respiros esporádicos, mas, ao contrário das previsões que indicavam que os Jaguars poderiam buscar um corredor de mais nome na free agency ou draftar um calouro de prestígio na segunda ou terceira rodada do draft, a contratação do veterano parece garantir a titularidade absoluta àquele que foi um dos principais e mais surpreendentes rookies na última temporada do fantasy, abrindo caminho para que continue no top 10 entre RBs, ainda mais considerando a chegada do novo HC Urban Meyer e a praticamente certa adição do prestigiado calouro Trevor Lawrence para ser o novo QB da franquia.

RB Cam Akers (LAR)

Um dos principais RBs da classe do draft de 2020, Akers demorou para engrenar em seu primeiro ano na NFL, muito por causa do tempo que lhe foi exigido para aperfeiçoar seu bloqueio para o passe, principalmente nas terceiras descidas. Entretanto, a partir da semana 13, assumiu o papel de every down back e, à exceção de sua ausência por lesão na semana 16 contra os Seahawks, continuou crescendo durante os playoffs, sendo, inclusive, o principal destaque do time, em termos ofensivos, nos jogos eliminatórios contra Seattle e Green Bay.

A saída de Malcolm Brown, antigo principal responsável pela pass protection, rumo ao Miami Dolphins, aliada às últimas declarações do treinador Sean McVay, deixam quase certo que o camisa 23 continuará assegurado no papel de bell cow da equipe da Califórnia, a qual, ademais, realizou importante movimento de troca, ao buscar Matthew Stafford para ser seu novo franchise QB.

Representando um significativo upgrade em relação ao antigo titular Jared Goff, Stafford certamente abrirá o playbook de McVay, aumentando o leque de jogadas do ataque comandado por uma das principais mentes ofensivas da liga e, consequentemente, gerando mais espaço para seu RB, o que também será consequência da chegada do velocista WR DeSean Jackson, que, no alto dos seus 34 anos de idade, ainda gera importante preocupação às defesas adversárias nos passes em profundidade.

Assinalando o fato de que, desde que assumiu a titularidade absoluta, Akers tem uma média de 118 jardas totais e 0.5 TD por jogo, pinta como a grande aposta deste redator para a próxima temporada, com a real possibilidade de terminar o ano entre os dez, por que não cinco melhores RBs no fantasy. Ou vocês já esqueceram dos anos de auge de Todd Gurley neste mesmo ataque?

WR A.J. Brown (TEN)

Se, mesmo em um ano de 2020 no qual lidou com múltiplas lesões e foi desfalque em dois jogos, A.J. Brown terminou a temporada como o nono melhor WR em pontos totais em ligas non-PPR (sendo o quinto em pontos por jogo), imagine agora que, sem a companhia de Jonnu Smith, Corey Davis e Adam Humphries, terá, ao lado de Josh Reynolds, proveniente do Los Angeles Rams, um total de 192 alvos, 129 recepções, 1.660 jardas aéreas e 15 TDs deixados pelo trio que partiu, respectivamente, para New England, New York Jets e Washington.

Ainda que Tennessee adicione recebedores via draft e continue a priorizar o jogo corrido com Derrick Henry, os números deixados pelos três pass catchers que deixaram a equipe são expressivos. Aliados tais números a – espera-se – uma melhor condição física para a nova temporada e à natural evolução do prolificamente talentoso WR, que chega para sua terceira temporada na NFL, ano que costuma ser especial para jogadores desta posição, presume-se a possibilidade de que elevem o camisa 11 dos Titans para o top 5, quiçá top 3, entre os WRs no fantasy, principalmente em ligas standard.

TE T.J. Hockenson (DET)

Depois de ter sido o quinto melhor TE em pontos totais na última temporada, o oitavo jogador escolhido no draft da NFL de 2019 tem tudo para se manter entre uma das opções mais seguras no fantasy para a posição. Ainda que não seja capaz de ameaçar os números do chamado big 3 formado por Travis Kelce, George Kittle e Darren Waller, Hockenson vislumbra melhorar as próprias estatísticas em seu terceiro ano na liga.

Além do esperado progresso em uma das posições que mais demanda do jogador na transição do esporte universitário para o profissional, certo é que os Lions, em um processo forte de reconstrução, não renovaram com seus principais recebedores: os WRs Kenny Golladay e Marvin Jones.

Por isso, ainda que recebendo passes de Jared Goff, e não mais de Matthew Stafford, o camisa 88 de Detroit foi um claro beneficiário, pelo menos aos olhos do jogador de fantasy, das movimentações de sua franquia até agora.

Skill players do Washington Football Team

Isso mesmo, amigos e amigas! A exemplo do que pode acontecer no sentido contrário, e será abordado quando falarmos dos perdedores, a free agency é capaz de aumentar o valor de um ataque inteiro para o fantasy. É o caso do Washington Football Team, que adicionou o QB Ryan Fitzpatrick e os WRs Curtis Samuel e Adam Humphries, reforços que ajudarão tanto eles mesmos, quanto a dupla que já vinha apresentando importantes números para o fantasy: o WR Terry McLaurin e o RB Antonio Gibson.

Isto porque, com a adição de um QB reconhecidamente sem medo de correr riscos – circunstância que pode não ser a ideal para seu time na vida real, mas que certamente ajuda os jogadores de fantasy –, a tendência é de um maior número de jardas aéreas como um todo. Além disso, os novos recebedores auxiliarão o talentosíssimo McLaurin a ter uma marcação menos cerrada por parte das defesas adversárias, que frequentemente utilizavam double coverage contra o camisa 17.

Por sua vez, o velocista e versátil Samuel encontra um lugar no qual se estabelece como WR2, com menor concorrência do que enfrentava em Carolina, onde compartilhava o campo com D.J. Moore e Robby Anderson, e, para além das jogadas desenhadas para que buscasse as chamadas YAC (yards after the catch ou jardas após a recepção), terá muito mais oportunidades de receber passes longos, podendo, consequentemente, alcançar o patamar de WR3 para o fantasy.

Já o excelente Antonio Gibson vislumbra uma maior abertura do playbook, que, em conjunto com sua maior experiência entrando em seu segundo ano na liga, pode fazer com que se afirme como um RB top 10.

A exceção fica por conta do RB J.D.McKissic, que, na temporada anterior, se aproveitou muito do estilo de jogo do QB Alex Smith, principalmente dos chamados dump off passes a que o seguro signal caller é bastante adepto, o que fez com que fosse o RB17 (pontos totais) em ligas PPR, sendo que a adição de Adam Humphries e o estilo diferente de Fitzpatrick tendem a fazer com que tais situações ocorram em menor número e sejam substituídas por passes para o recebedor especialista em atuar no slot.

PERDEDORES

QB Russell Wilson (SEA)

Tendo sido o melhor QB do fantasy na primeira metade da última temporada, mas apenas o 11º na segunda, as movimentações de Seattle na free agency até agora indicam que Russell Wilson tende a continuar a toada da parte final de 2020.

Isto porque, como verdadeiro espelho das declarações do técnico Pete Carroll no sentido de que a equipe se tornou previsível a partir do momento em que as defesas adversárias identificaram suas tendências ofensivas, geralmente atreladas a passes em profundidade, e que, portanto, seria necessário “voltar às origens” e investir mais no jogo corrido daqui para frente, os Seahawks optaram por manter no elenco o RB Chris Carson, que era agente livre, dando-lhe um contrato de ao menos dois anos, com o 14º maior salário da liga entre RBs.

Apesar da recente renovação de contrato do WR Tyler Lockett, o que poderia indicar algo positivo para o camisa 3 no fantasy, a tendência é que a equipe abandoe de vez os clamores de “Let Russ cook” da torcida e, passando a adotar uma abordagem mais pragmática, faça com que Wilson, que lida com rumores de que será trocado em um futuro próximo – muito pela insatisfação com essa abordagem –, figure apenas na parte de baixo da lista dos chamados QB1 para o fantasy em 2021.

RB Josh Jacobs (LV)

Se já lidou com altos e baixos significativos na última temporada, o camisa 28 de Las Vegas terá ainda mais motivos para causar preocupação aos jogadores de fantasy em 2021. Isto porque, além de promover uma intensa reformulação na linha ofensiva, que pode demorar um pouco para entrosar as novas peças, os Raiders assinaram com o RB Kenyan Drake. Antigo titular de Arizona, ele, ao menos a princípio, não ameaça a titularidade do mais jovem e dinâmico Jacobs, escolha de primeira rodada de draft em 2019.

Porém, ressaltando os constantes elogios que o treinador Jon Gruden vem fazendo à sua nova aquisição, ainda que o técnico mencione a possibilidade de que Drake atue junto com Jacobs em variadas formações, parece claro que o volume de toques na bola por jogo do camisa 28 diminuirá, principalmente no jogo aéreo. Com isso, seu status de RB1 para fins de fantasy football encontra-se seriamente em risco.

RB David Montgomery (CHI)

Se já seria preciso observar que, no último ano, o desempenho excelente de Monty, principalmente na reta final da temporada, teve muita influência do calendário favorável que enfrentou e da ausência do seu companheiro de backfield, especialista no jogo aéreo, Tarik Cohen, é certo que a adição de Damien Williams, RB titular dos Chiefs na conquista do Super Bowl LIV, não contribuirá para que mantenha o status de RB top 10 no fantasy.

Isto porque, além da média de 5.6 pontos PPR a mais por jogo que ganhou em razão da contusão de Cohen ano passado, circunstância explicada pelo fato de que Montgomery passou a ter maior envolvimento no jogo aéreo, Williams influenciará seu número de carregadas, fazendo com que o volume de toques que levaram o camisa 32 dos Bears a ser considerado por muitos o MVP dos playoffs do fantasy em 2020 seja consideravelmente menor em 2021.

WR Kenny Golladay (NYG)

Se, no último ano, uma lesão no quadril tirou Babytron de 11 jogos dos Lions, fazendo com que passasse longe de figurar no top 10 entre WRs, como foi o caso em 2019, 2021 promete trazer novos problemas para seu valor no fantasy.

A mudança de ares, de Detroit para Nova Iorque, pode ter sido vantajosa financeiramente para Golladay, mas certamente não para os jogadores de fantasy, pois, além do evidente downgrade na qualidade do QB a lhe servir passes – tendo passado de Matthew Stafford para Daniel Jones –, chega em um grupo de recebedores no qual, mesmo com a certeza de que ocupará o papel principal, terá bastante companhia, representada pelos WRs Sterling Shepard, Darius Slayton e John Ross (também uma adição de free agency) e pelo TE Evan Engram.

Isto sem falar que o retorno de Saquon Barkley ao backfield deve significar mais ênfase, por parte do time, ao jogo terrestre, além de alvos para o RB, que é proeminente também no jogo aéreo. Assim sendo, talvez Golladay saia no lucro se conseguir figurar entre os 20 melhores WRs para o fantasy nesta temporada.

TE Jonnu Smith e TE Hunter Henry (NE)

O New England Patriots surpreendeu a muitos e, logo nos primeiros dias em que a contratação de agentes livres estava liberada, assinou com os dois principais TEs da free agency.

Para o jogador de fantasy, porém, isto é praticamente um pesadelo, na medida em que uma posição que já é notadamente escassa de opções viu o TE9 (Smith) e o TE15 (Henry) em 2020 – com o adendo de que Henry havia sido o oitavo melhor da posição em 2019 – se juntarem na mesma equipe, indicando uma natural divisão de alvos entre ambos, o que significa menos oportunidades para cada um deles.

Juntando essas circunstâncias com o fato de que os Patriots também adicionaram os WRs Nelson Agholor e Kendrick Bourne ao seu outrora defasado corpo de recebedores, além da perspectiva de que devemos ter Cam Newton novamente comandando o ataque do OC Josh McDaniels, o que indica menos passes e mais corridas, seria uma verdadeira surpresa se um ou ambos os novos TEs da franquia sediada em Foxborough consiga se manter no top 15 do fantasy.

Skill players do Houston Texans

Será muito difícil ter confiança em algum jogador que vista o azul e vermelho da franquia mais jovem da NFL em 2021. Isto porque a equipe continua em franca derrocada desde a derrota (com direito a virada histórica) para os Chiefs nos playoffs de 2019.

Após ter finalmente demitido o até então HC e GM Bill O’Brien, responsável principal pela troca de um dos melhores WRs da liga (DeAndre Hopkins) por uma contrapartida no mínimo questionável, os Texans lidavam com a perspectiva de ter de acatar as exigências de seu franchise QB Deshaun Watson para que fosse trocado, até que a situação piorou ainda mais com o surgimento de dezenas de acusações de má conduta sexual contra o signal caller, que, a cada dia que passa, vê seu futuro na NFL mais ameaçado.

Não bastasse todo esse ambiente disfuncional, os Texans assinaram com os RBs Phillip Lindsay e Mark Ingram, preenchendo um backfield liderado por David Johnson, que há pelo menos dois anos está longe do auge de desempenho.

Além disso, a perspectiva de que Tyrod Taylor, um QB de talento mediano e avesso a riscos – o que nunca é bom para o fantasy – será o titular não ajuda o WR Brandin Cooks, que, devido à saída de Will Fuller rumo à Miami, poderia vislumbrar melhores estatísticas caso se mantivesse recebendo passes de Watson. Dito tudo isso, a dica resumida é para que se evite confiar em qualquer um desses jogadores.