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Análise

Boom or Bust – Semana 14

O adversário diz muito sobre o potencial semanal de um jogador, e aqui nós sempre pomos a lente de aumento nos confrontos para identificar um teto alto ou um piso baixo. Vamos ver os nomes dessa semana?

Mas, primeiro…

Vamos ver o saldo de nossas indicações da semana passada:

Boom

  • Derek Carr, 12.36 e Taylor Heinicke, 14.84: o jogo foi decepcionante e ambos QBs ficaram abaixo de 15 pontos.
  • Elijah Mitchell, 17.4: pontuação muito boa, apesar da derrota amarga para o rival Seattle.
  • Christian Kirk, 1.4: DeAndre Hopkins voltou e anotou o TD que poderia ser dele.
  • Marquise Brown, 10.5: também falei de Mark Andrews, e ambos foram razoáveis para bons em PPR. A razão está em Devonta Freeman, que vou comentar à frente.
  • Jakobi Meyers, 0: num jogo incrível dos Patriots, do ponto de vista tático, Mac Jones tentou apenas TRÊS PASSES, e Meyers passou completamente em branco!
  • Pat Freiermuth, 5.6: só 4 alvos, 3 recepções e 26 jardas. Pat foi esquecido por Big Ben, mas eles venceram e não estão nem aí pro nosso time no fantasy.
  • C.J. Uzomah, 5: ele atendeu boa parte todos os requisitos que falei semana passada para um TE ser top-12 numa rodada. Faltou o TD.

Bust

  • Devonta Freeman, 20.7: pô bicho! 19 toques na bola pra um RB dos Ravens! 97 jardas de scrimmage e um TD; Freeman renasceu das cinzas. Não adiantou o TJ Watt jogar nem nada; lugar de RB vs Steelers é na seção de boom agora.
  • Rex Burkhead, 5.5: pontuou muito para um RB de Houston, mas obviamente um bust.
  • James Robinson, 2.5: desempenho muito parecido com o de seu companheiro, Carlos Hyde, só que o último foi quem anotou TD.
  • Stefon Diggs, 9.1: não foi bust, mas enfrentou a estratégia quase infalível de Bill Bellichick em anular o principal jogador ofensivo adversário.
  • Terry McLaurin, 5.2: dos 30 passes que Heinicke tentou, apenas 6 foram para F1. E o resultado foi o que eu esperava.
  • T.J. Hockenson, 14.9: esse sim cumpriu todos os requisitos, no volume e no placar.
  • Chase Claypool, 7.4: aconteceu exatamente o que imaginei entre ele e Diontae Johnson, só que eu não esperava um jogo monstruoso do segundo.
  • Michael Pittman Jr., 17: o bastão foi passado no clássico, já que “T.Y. Houston” foi um mero expectador do jogo aéreo (e corrido) de Pittman.
  • Tee Higgins, 28.8: CATORZE alvos, NOVE recepções, CENTO E TRINTA E OITO jardas e um TD. Esse leu a coluna.
  • Cole Kmet, 7.1: não pontuou mal, né? Mas olha que cômico:
TEAlvosRecsJardasTDPPR
Kmet734107.1
Graham11117.1
Tight ends dos Bears na semana 13.

Esse Jimmy Graham é um fanfarrão!

O que tenho aprendido até agora?

  • Se um confronto é ótimo, até jogador ruim pode se dar bem. Eu me abstive de incluir Ryan Griffin vs Eagles pelo simples fato de que os Jets são um time ineficaz de maneira geral. Philadelphia é o melhor confronto para um tight end e eu não confiei na capacidade que a defesa tem de elevar qualquer jogador da posição a uma boa atuação.
    • O mais impressionante da lição acima é que apenas três tight ends não foram bem contra os Eagles: Kelce, Kittle e Pitts, todos draftados no top-5 da posição. Bizarro.
  • “Alvos vagos” (vacated targets) é um assunto que divide opiniões: um lado defende que isso existe e alvos secundários tornam-se proeminentes (eu, inocente, sobre Russell Gage pré-draft); outros defendem que isso não existe e quem se beneficia da saída de um jogador é quem já comanda o volume do time.
    • Se aplicarmos a segunda linha de pensamento no jogo entre Lions e Vikings, faz sentido Hockenson ter sido eficaz mesmo contra uma defesa que não costuma fazer tight ends brilharem. Se o volume é a lei, deveria ser óbvio que, sem D’Andre Swift, Hockenson deveria ter ganho em volume e ser exceção da regra, mesmo que Jamaal Williams se torne um ponto focal do ataque (como foi, com 18 toques).
  • Tendências, uma vez formadas, merecem apreciação, vide a sequência de boas atuações de RBs contra Pittsburgh (Swift, Ekeler, Mixon, Freeman). Nem os Ravens, conhecidos por empregar um comitê semanalmente, fugiram da tendência e viram um RB seu ter a maior porcentagem de snaps jogados justamente contra os Steelers (69% para Devonta). Então já podemos adiantar que Dalvin Cook ou Alexander Mattison é forte candidato a boom na semana 14 (a menos que resolvam fugir da curva mais recente).

Agora sim, vamos ver os nomes dessa semana.

Boom

Dak Prescott vs Football Team

Em certo ponto de vista, vale escalar qualquer jogador dos Cowboys que você tiver, afinal o menino Dak vai ter facilidade para distribuir a bola ou entregar aos seus RBs.

Cam Newton vs Falcons

Enquanto Sam Darnold não volta, Newton é um dos melhores nomes do stream para essa rodada, contra um dos piores times contra a posição: metade dos QBs que jogaram contra Atlanta saiu do confronto como top-12 na semana, e o piso corrido de Cam deve ser um fator a ser explorado pelo ataque dos Panthers.

Ryan Tannehill vs Jaguars

Tanny Boy não vem fazendo uma temporada consistente (como tantos QBs), mas jogar contra os Jaguars é um ótimo remédio para essa longa ressaca.

Mark Ingram / Alvin Kamara vs Jets

Se algum running back dos Saints estiver saudável (Kamara) / negativo para COVID (Ingram), ponha pra jogo! Em 12 jogos disputados, os Jets puseram 10 atuações de RBs no top-12 de uma semana (e outros 8 como top-24)! Apenas Mike Davis, David Johnson e Rex Burkhead ficaram de fora da festa (por razões óbvias).

Dontrell Hilliard vs Jaguars

Se você chegou até aqui e não tem RB pra começar a partida, Hilliard (e talvez o D’Onta Foreman também) pode estar disponível em sua liga e fazer bonito contra um dos piores times do ano.

Julio Jones / Nick Westbrook-Ikhine vs Jaguars

Mais jogadores dos Titans!

Se o homem, também conhecido como Julio Jones, voltar nesta semana, Ryan Tannehill vai precisar dele, já que o time de Tennessee tem sérios desfalques ofensivos (Henry, AJ Brown). E a secundária é a unidade mais frágil da defesa dos Jags.

E tanto ele quando Nick Westbrook-Ikhine podem ser escalados para aproveitar a vantagem.

Diontae Johnson vs Vikings

“Ah, é fácil falar depois do que ele fez contra os Ravens”. Claro que é. Mas meu papel aqui é falar do futuro e não do passado. São seis semanas consecutivas de um WR1 desde que o time voltou da bye (Amari Cooper, Marquise Brown, Keenan Allen, Davante Adams, Deebo Samuel, Amon-Ra St. Brown) e oito no total (Rondale Moore, DK Metcalf).

Darnell Mooney vs Packers

Jogo ruim é esteira de wide receiver bom. E Mooney, junto a David Montgomery, é tudo que os Bears têm para fazer frente à defesa dos Packers. Em PPR ele tem piso seguro, podendo fazer mais com um TDzinho.

Jalen Guyton vs Giants

Keenan Allen e Mike Williams estão na reserva de COVID. Se Guyton também não for pra lá, terá muitos alvos ao lado de Austin Ekeler.

Evan Engram vs Chargers

O golpe tá aí; cai quem quer, mas Engram é um dos poucos alvos saudáveis dos Giants, e o confronto é aprazível: dos 12 TE principais que jogaram contra os Bolts, 7 foram top-12 na semana.

Bust

Nick Chubb vs Ravens

O script do jogo é desfavorável aos Browns, que gostam muito de empregar o jogo terrestre. Contra Baltimore, o melhor caminho é Baker Mayfield utilizar seus alvos, mas no backfield esse nome é Kareem Hunt e não Chubb.

Mike Evans vs Bills

Como eu falei semana passada, os Bills não contam mais com Tre’Davious White na secundária, mas nem por isso dá pra garantir que vai ter TD pra todo mundo nesse ataque feroz dos Bucs. Aqui eu faço um exercício de futurologia pra ver quem fica sem TD entre os wide receivers, e, por mais que me doa (por ser fã do jogador), minha escolha é Mike Evans.

CJ Uzomah vs 49ers

Se contra os Chargers, que dão sopa a tight end, ele não serviu, não creio que vai servir agora contra a defesa de San Francisco.

James O’Shaughnessy vs Titans

Os Jaguars infelizmente não rendem ofensivamente, e o confronto é péssimo contra a posição.

Alerta de “Lei do Ex”

Mike Davis vs Panthers – será que vem aquela motivação extra para Davis mostrar a Carolina o que perdeu?

Por Rui Maurício

Editor-chefe, autor de "IDP em Detalhes", co-fundador do BrFF e entusiasta de analytics.